Por: Gustavo Barroso
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A história não é propriamente uma ciência; é antes uma arte. Muitos espíritos avançados do século XIX se esforçaram para dar a história esse conceito cientifico. Havia a mais generalizada do cientificismo. Seus esforços, porém, como se anularam ante a concepção atual da história. O espírito do século XX é outro e não admite mais esses exageros do cientificismo generalizado (1), querendo impor a todos os departamentos e categorias do pensamento humano seus cânones empíricos ou pragmáticos.
A investigação dos fatos, a fixação das datas, a interpretação das dúvidas, o confrontos e análises dos documentos, devem certamente obedecer a princípios rigorosamente científicos. Mas a narração dos acontecimentos e sua fixação precisa no tempo e no espaço, não são a verdadeira história, não formam completamente a história. Além disso, há coisa mais importante, substancial, a projeção dos homens e dos acontecimentos no espelho das épocas, as idéias de cada século, seu espírito, seu gênio próprio. São as mudanças nos aspectos intelectuais do mundo que transformam os critérios dos homens.
Para que a história deixe de ser uma cronologia seca, um rol de fórmulas mnemônicas, é necessário iluminá-la com o esplendor solar das idéias, com a luz maravilhosa da vida espiritual. Assim, a história se reflete melhor na obra dos pensadores, escritores, poetas, dramaturgos e críticos do que na enumeração dos governantes, na série das batalhas ou nos salões dos congressos diplomáticos. Por isso, em geral, o que se aprende na história são movimentos dos corpos sociais, ignorando-se a ação e a vida das almas sociais, das almas dos povos. A verdadeira história seria a revelação da vida espiritual dos homens.
"A história é obra representativa - escreve um mestre - e, portanto, deve ser uma obra de arte. Não nego os méritos da investigação científica no campo da história. Sobre essa investigação, se identificaram os mais belos monumentos da arte, no gênero mais difícil entre os gêneros literários. Entre a obra de arte histórica e a investigação que lhe serve de base, há a mesma diferença que entre a anatomia e a escultura estatuária. O escultor precisa conhecer a fundo, cientificamente, a anatomia do corpo humano; entretanto, isso não é o bastante para que sua obra seja considerada cientifica. Nas formas humanas representadas no mármore, revela-se um espírito, na emoção e nos sentimentos expressos nas atitudes gestos da estátua."
Esta página do magnífico livro "La Guerre Occulte" de Emmanuel Malynski e Léon de Poncis termina com essas palavras profundas, que resumem a história da humanidade nos últimos tempos: "Ainda se tem em vista toda a hierarquia humana, quando o mundo começa a se afastar do Cristo, no renascimento. Ainda se tem em vista os Príncipes e os Reis, quando se afasta do Papa e do Imperador, na reforma. Ainda tem em vista a burguesia quando se retiram a nobreza Reis e Príncipes, que são os seus pontos culminantes, na Revolução Francesa. Ainda se tem em vista o povo, quando se ultrapassa o plano da burguesia de 1848 a 1917. E não se tem mais em vista se não a borra social guiada pelo judeu, quando se vai além das massas, em 1917".
Todo esse plano, em todas as nações, foi cuidadosamente elaborado e lentamente executado pelo judaísmo, raramente descoberto e sempre embuçado nas sociedades secretas. Judaísmo e maçonaria criaram um meio social propício á guerra do que está embaixo contra o que se acha em cima, desmoralizando e materializando a humanidade pelo capitalismo mamônico, dividindo-a e enfraquecendo-a intimamente pela democracia, separando-a e tornando-a agressiva pelo exagero dos nacionalismos, dissolvendo-a e descaracterizando-a pelo cosmopolitismo, encolerizando-a pelas crises econômicas e enlouquecendo-a pelo comunismo. Conhecendo isso, é que se pode dar seu verdadeiro caráter aos acontecimentos históricos e mostrar as verdadeira fisionomia das revoluções.
Até hoje se tem escrito histórias políticas do Brasil. Empreendo, neste ensaio, a história do que se via a olho nu, sem esforço. Esta será a história daquilo que somente se descobre com certos elementos de ótica e não pequeno esforço. É a primeira tentativa no gênero e, oxalá possa servir de ensinamento á gente moça, a quem pertence o futuro.
BARROSO, Gustavo. O Conceito da História, introdução de: História Secreta do Brasil, vol. 1.
NR - Gustavo Dodt Barroso, Nascido em Fortaleza, fora Advogado, professor, político, contista, folclorista,cronista, ensaísta, romancista, por várias vezes líder de embaixada entre outras funções não menos importantes. Fundara ele, junto Plínio Salgado e Reale, o movimento da A.I.B (ação integralista brasileira) na década de 30, inspirada nos moldes do então insurgente fascismo europeu que de certa forma adaptara (ou não?) a cosmovisão de vanguarda européia ao contexto e surgimento do Brasil e brasilidade.
Se destacara ele na luta contra o Sonismo e o judaísmo internacional vigente em sua época. Luta essa que dedicara toda uma vida e incontáveis páginas de suas instigantes e esclarecedoras obras. Entre elas destacam-se a tradução dos "Protocolos dos Sábios de Sião", "História Secreta do Brasil" e "Brasil, Colônia de Banqueiros". Aqui presente, se encontra uma parte de seu escrito em História Secreta do brasil (vol. 1) no qual se dá seu conceito de história.
(1) - Levasse em consideração a data apresentada, vista que a datação da obra remonta ao começo do século XX, no entanto não deixa de ser atual.
(2) - Todos os grifos no texto são de nossa autoria.