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Um atentado à soberania do Brasil



Ao se render ao culto à personalidade de Chávez, a presidente Dilma Rousseff comprova que a vinda dos médicos cubanos não é questão de saúde, mas de ideologia

A presidente Dilma Rousseff (PT) deu mais uma prova de que, a exemplo de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, também tem dificuldade de separar o governo de Estado e o PT da nação. Para os petistas tudo isso se mistura, a tal ponto que o partido, em seu programa eleitoral, teve a coragem de colocar sua bandeira vermelha à frente da Bandeira Nacional. Na última quinta-feira, 9, ao receber a visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, Dilma Rousseff incorreu nessa mesma confusão e aceitou de presente do visitante uma foto gigantesca do ditador Hugo Chávez, recentemente falecido. Uma vez que a imagem de Hugo Chávez expressa apenas o governo de Nicolás Maduro e não a nação venezuelana, Dilma Rousseff jamais poderia recebê-la e posar ao lado dela em nome do povo brasileiro, como fez, toda sorridente, numa cerimônia oficial. Essa atitude absurda, vergonhosa, inadmissível da presidente da República é um verdadeiro acinte. E se o Brasil não se der conta, pode virar um açoite — não falta a Dilma a determinação que faltava a Lula para se tornar um ditador.
O bolivarismo de Hugo Chávez — o Chapolin Colorado do marxismo — já transformou a Venezuela naquilo que será o Brasil de amanhã, caso não se coloque um freio na sanha intervencionista e totalitária do PT. A paixão dos petistas pelo esquerdismo circense de Chávez é tão extremada que a presidente Dilma Rousseff vai reeditar o modelo de saúde pública criado pelo ditador bufão. Seu governo já anunciou que vai importar 6 mil médicos cubanos para trabalhar em regiões carentes do Brasil.
O argumento do governo pa­ra afrontar o poderoso Con­selho Federal de Medicina, que é contrário à medida, é o de que faltam médicos nas regiões mais carentes do País. Mas, com a vinda dos médicos cubanos, vai continuar faltando. A medicina, hoje, é basicamente tecnológica. E o que afasta os médicos dos cafundós é a falta de recursos, pois os salários são muito bons.
Mesmo um paciente dos grotões sabe que existem recursos diagnósticos e terapêuticos caros nos grandes centros e quer utilizá-los. Não vai se contentar com um esfomeado curandeiro cubano, que deve saber pouco mais de medicina do que um experiente balconista de farmácia ou uma enfermeira calejada.
Por isso, desconfio que o verdadeiro propósito da vinda dos 6 mil médicos cubanos não é melhorar a saúde pública no País, mas garantir a saúde política do governo petista. O primeiro dever de um médico cubano é receitar ideologia. Esses escravos de branco terão de rezar na cartilha de Raúl e Fidel Castro, sob pena de serem delatados e deportados pelos capitães-do-mato do governo petista, como ocorreu no caso dos pugilistas cubanos.
Em junho deve sair o decreto da presidente Dilma Rousseff regulamentando a vinda dos médicos cubanos. O Brasil deve ficar muito atento. Se o modelo for o da Venezuela, é sinal de que não se trata de saúde pública, mas de revolução bolivariana mesmo. Na Venezuela os médicos cubanos ganham 230 dólares por mês. Uma fortuna diante dos menos de 100 dólares que ganham em Cuba. Mas para cada médico cubano que recebe 2.760 dólares por ano da ditadura bolivariana, a Venezuela tem de pagar a Cuba 130 mil dólares anuais.
Como se vê, a ditadura cubana é a mais cara empresa terceirizada de mão de obra do planeta. O tráfico negreiro virou tráfico ideológico — o governo Dilma vai importar escravos de Cuba para financiar a ditadura de Fidel e Raúl Castro. Se o governo brasileiro terceirizasse a saúde dos grotões para uma multinacional de medicina, provavelmente sairia bem mais barato e eficaz. Mas tudo indica que a parceria castro-chavista será mesmo o modelo dessa segunda traição de Dilma ao Brasil — a primeira foi quando ela se fez guerrilheira a soldo de Cuba. Agora, ao se curvar à imagem de Chávez, Dilma parece se sentir no direito de rebaixar o Brasil ao seu tamanho.