“O essencial é invisível aos olhos” escreveu o
autor do pequeno príncipe. Como ver tal ideia num mundo baseado
apenas em valores materiais? Santezuperri referiu-se ao mundo imaterial que não
pode ser visto com os olhos físicos, que tal mundo existe em cada ser humano e
que cada um deve aprender a conhecer e enxergar. Neste mundo habitam os
pensamentos que impulsionam o homem a ação, os sentimentos que vinculam a
outros seres, objetos ou conhecimentos, as recordações, reflexões, inquietudes
espirituais. Todos os problemas que a humanidade enfrenta têm muito haver com o
desconhecimento generalizado sobre esse universo de cada um. O essencial, o
invisível, é o que se pensa, sente que é real, que nem um microscópio detecta,
mas que existe, por que se experimenta, se vivencia. Uma criança sabe do amor
que sente por seus pais, da alegria a despertar todas as manhãs, do
deslumbramento que a natureza lhe oferece a todo o momento, da importância das
relações. Tudo isso é imaterial, não se vê não se toca, mas existe. O essencial
é invisível por que em sua sutil realidade existe um esforço para ser
enxergando, não com os olhos físicos, mas com os olhos do entendimento, da
sensibilidade, do espírito humano, que é amplo e eterno.