"O genoma humano possui diversos segredos. Ele não apenas desbloqueia pistas importantes para curar doenças humanas, mas também revela pistas sobre nosso passado pre-histórico"
Usando análises genéticas, os cientistas descobriram que as populações do Norte-europeu, incluindo britânicos, escandinavos, franceses e alguns povos da Europa Oriental cuja ancestralidade descende a partir da misturas duas raças ancestrais. E dessas duas, uma delas está relacionada geneticamente á alguns povos nativo-americanos. Essa descoberta ajuda a preencher lacunas na compreensão cientifica de ambas as ascendências indígenas e Norte-européia, oferecendo uma vertente de explicação para algumas semelhanças genéticas entre duas raças que de outra forma parecem ser distintas entre si. Essa pesquisa foi publicada na edição de Novembro de 2012 da revista Genetics da Genetic Society of America.
De acordo com Nick Patterson, primeiro autor do relatório, "Há uma ligação genética entre a população paleolítica da Europa e os nativo-americanos modernos. A evidencia é que a população que atravessou o Estreito de Bering da Sibéria para as Américas á pelo menos 15.000 anos atrás, está provavelmente relacionada com a população da Europa."
Para fazer essa descoberta, Patterson trabalhou com a Havard Medical School, o Professor de genética, David Reich e outros colegas para estudar a diversidade de DNA e descobriu que uma dessas populações ancestrais constituíram as primeiras populações agrícolas da Europa, cujo DNA vive hoje relativamente sem mistura: são sardos, bascos e pessoas da etnia drusda no Oriente Médio. A outra população ancestral é provável que tenham sido os iniciais caçadores-coletores da Europa. Essas duas populações eram muito diferentes quando "se chocaram". Hoje, porém, a população ancestral de caçadores-coletores da Europa parece ter sua maior afinidade com as pessoas do extremo nordeste da Sibéria e com os demais nativo-americanos.
As ferramentas estatísticas para análise de mistura de população foram desenvolvidas por Patterson e apresentadas de forma sistemática no relatório. Essas ferramentas foram as mesmas utilizadas em descobertas anteriores que mostraram que as populações indígenas são uma mistura de duas populações ancestrais divergentes e que os neanderthais contribuíram de 1 - 4% na ascendência atual dos europeus. Além disso, o relatório libera um conjunto de dados com grandes novidades que caracterizam uma dita diversidade genética entre 934 amostras de 53 diferentes populações em todo mundo.
"O genoma humano possui diversos segredos. Ele não apenas desbloqueia pistas importantes para curar doenças humanas, mas também revela pistas sobre nosso passado pre-histórico", disse Mark johnson, editor chefe da revista Genetics. "Esta relação entre os seres humanos separados pelo Oceano Atlântico revela características surpreendentes dos padrões de migração dos nossos antepassados e reforça a verdade de que os seres humanos estão intimamente relacionados".