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A Imagem de Argila de Nampa, Idaho








Em 1889, em Nampa, Idaho, encontraram uma pequena imagem humana, habilidosamente modelada em argila. A Estatueta provinha do nível de 90 metros de uma área de escavação de poços. Em 1912, G. F. Wright escreveu: “Segundo demonstra o registro do poço, ao atingirem o estrato do qual a imagem foi recolhida, eles primeiro haviam penetrado cerca de 15 metros de solo, depois cerca de 1,40 metros de basalto e, em seguida, passaram por estratos alternados de argila e areia movediça [...] até uma profundidade de cerca de 90 metros, quando a bomba de areia começou a trazer à tona inúmeras bolas de argila, algumas delas com mais de 5 centímetros de diâmetro, densamente cobertas com óxido de ferro. Na parte inferior desse estrato, havia provas de uma superfície de terreno enterrada, sobre a qual houvera um leve acúmulo de humo. Foi desse ponto que a imagem em questão foi erguida a uma profundidade de 90 metros. Alguns metros mais para baixo, atingiu-se a rocha de arenito”.

Quanto à estatueta, Wright observou: “A imagem em questão é feita do mesmo material que o das bolas de argila mencionadas, tendo cerca de 4 centímetros de comprimento; e é extraordinária pela perfeição com a qual representa a forma humana [...] Tratava-se de uma figura feminina, e tinha as feições naturais, nas partes com acabamento que serial  motivo de honra para os centros clássicos de arte”.


“Ao mostrar o objeto ao professor F. W. Putnam”, escreveu Wright, “ele imediatamente voltou a atenção para o caráter das incrustações de ferro sobre a superfície como sendo indicativo de uma relíquia de antiguidade considerável. Havia manchas de óxido vermelho anidro de ferro em áreas protegidas sobre o objeto, as quais não poderiam ter se formado em algum objeto fraudulento. Visitando a localidade em 1890, tomei o cuidado especial, enquanto em campo, de comparar a descoloração do óxido sobre a imagem com aquela sobre as bolas de argila ainda encontradas entre os fragmentos de rocha provenientes do poço, e constatei serem elas quase tão idênticas quanto é possível ser. Essas provas confirmatórias, em relação ao caráter bastante satisfatório da evidência fornecida pelos grupos que fizeram a descoberta, e confirmadas pelo sr. G. M. Cumming, de Boston (na época, superintendente daquela divisão da ferrovia Oregon Short Line, que conhecia todos os grupos e esteve em campo um dia ou dois após a descoberta), colocaram a autenticidade da descoberta além de qualquer dúvida razoável. Acrescente-se, também, a esta prova, a conformidade geral do objeto com outras relíquias do homem que têm sido encontradas abaixo dos depósitos de lava na costa do Pacífico. Ao comparar a estatueta, não se pode evitar admirar sua semelhança com várias ‘estatuetas aurignacianas’ encontradas em cavernas pré-históricas na França, na Bélgica e na Morávia. A semelhança é especialmente surpreendente com a estatueta conhecida como ‘A Vênus impudica’, de Laugerie-Basse”. A imagem de Nampa também é semelhante à famosa Vênus de Willendorf, considerada como tendo trinta mil anos de idade.


Vênus de Willendorf e de Laugerie-Basse

Wright também examinou o orifício perfurado para ver se a estatueta poderia ter caído de um nível superior. Ele declarou: “Para responder às objeções, será conveniente apresentar os fatos mais integralmente. O poço, com seus 15 centímetros de diâmetro, foi perfurado com pesada tubulação de ferro, a qual foi introduzida, de cima, e complementada, seção por seção, à medida que se fazia progresso. Dessa forma, seria impossível que alguma coisa se introduzisse pelos lados da tubulação. O perfurador não foi usado após penetrar o depósito de lava próximo à superfície, mas o tubo foi inserido e o material incluído, tirado de quando em quando pelo uso de uma bomba de areia”.

Respondendo às nossas indagações, o Instituto Americano de Pesquisas Geológicas afirmou, numa carta, que a camada de argila a uma profundidade de mais de 90 metros é “provavelmente da formação Glenns Ferry, do grupo Idaho superior, cuja idade, em geral, é considerada plio-pleistocena”. O basalto acima da formação glenns Ferry é considerado como sendo do Pleistoceno Médio.

Afora o Homo sapiens sapiens, não se sabe de hominídeos que tenham produzido obras de arte como a estatueta de Nampa. Logo, a evidência sugere que viviam humanos do tipo moderno na América por volta de dois milhões de anos atrás, no limite do Plio-Médio Pleistoceno.

O fato de a estatueta de Nampa desafiar, e muito, o cenário evolucionário, foi observado por W. H. Holmes da Smithsonian Institution. Em 1919, Holmes escreveu em seu Handbook of Aboriginal American antiquities: “Segundo Emmons, a formação em que a bomba operava é de fins do terciário ou do começo do quaternário; e a aparecente improbabilidade da ocorrência de uma figura humana bem modelada em depósitos de tamanha antiguidade tem suscitado grandes dúvidas quanto à sua autenticidade. É interessante observar que a idade desse objeto, supondo-se que seja autêntico, corresponde àquela do homem incipiente cujos ossos foram colhidos em 1892 por Dubois de formações de Java de fins do terciário ou do começo do quaternário”.

Temos aqui a descoberta do Homem de Java, por sí só questionável, mais uma vez sendo usada para descartar a evidência de humanos de talentos modernos em tempos muito antigos. Segundo parece, a hipótese evolucionária gozou de tanto privilégio que qualquer evidência que a contradissesse poderia ser quase automaticamente rejeitada. No entanto, embora Holmes duvidasse que seres capazes de fazer a imagem de Nampa pudessem ter existido ao mesmo tempo que o primitivo homem-macaco de Java, vemos, hoje, que humanos, de diversos níveis de perícia tecnológica, coexistiram na África com gorilas e chimpanzés.

Holmes prosseguiu: “Tanto quanto as descobertas no cascalho aurífero da Califórnia, o espécime, se considerado por seu significado manifesto, estabelece uma antiguidade tão grande para a cultura neolítica na América que hesitamos em aceitá-lo sem antes obtermos maiores confirmações. Apesar de poder ter sido soerguido conforme se relata, ainda resta a possibilidade de que não era uma inclusão original sob a lava. Não é impossível que um objeto dessa espécie pudesse ter descido da superfície  através de alguma fenda ou entre depósitos de areia movediça, com o auxílio de águas subterrâneas, até o local atingido pelo perfurador”. É instrutivo observar até onde um cientista favoreça. Deve-se ter em mente, contudo, que qualquer prova, incluindo aquela usada hoje para sustentar a teoria da evolução, poderia ser posta em descrédito da mesma maneira.

Um obstáculo à suposição de que a imagem de Nampa foi manufaturada por índios em tempos recentes e de alguma forma se introduziu superfície abaixo pode ser encontrado na seguinte declaração de Holmes: “Deve-se observar, contudo, que as formas de arte intimamente análogas àquela desta figura ainda estão para ser encontradas: nem a rampa do Pacífico, no oeste, nem a região de Pueblo, no sul, fornecem imagens modeladas da figura humana de caráter parecido ou de mérito artístico semelhante”.



- Trecho retirado do livro  A História Secreta da Raça Humana do autor Cremo Thompson.

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